No entanto, muitas obras, especialmente no setor imobiliário, seguiram em bom ritmo. Segundo o IBGE, as chamadas “atividades imobiliárias” registraram crescimento de 3,5% em 2020. A FC Projetos e Consultoria de Fundações, associada à ABEG, foi uma das empresas que se adaptaram bem ao novo cenário. E não apenas deu continuidade aos trabalhos em andamento, como viu acelerar as demandas por projetos.
Fundada em 2016, a FC Projetos é dirigida por Alexandre Carbone e Luciano Finelli, ambos engenheiros. Atendendo principalmente construtoras, incorporadoras e escritórios de arquitetura, a empresa presta serviços para obras residenciais e comerciais por todo o país e realiza projetos de fundações, contenções, terraplenagem e outros serviços complementares, como projetos de drenagem, de pavimentação, pareceres técnicos e avaliações técnicas de projetos geotécnicos conforme previsto pela Norma Brasileira de Fundações NBR6122.
Em entrevista concedida à ABEG, os diretores da FC Projetos contam como têm enfrentado o período da pandemia. E comentam sobre a necessidade de valorização das empresas de projetos e de consultoria de fundações.
Trabalho durante a pandemia
Para Finelli, os primeiros meses de quarentena foram preocupantes em razão das incertezas que o momento trazia. “Mas, tão logo a construção civil foi decretada como atividade essencial, vimos que as obras não iam parar”, conta o diretor. “Não apenas o trabalho teve sequência como novos projetos começaram a surgir. Tivemos até que aumentar a equipe para dar conta da demanda. Apesar de tudo, 2020 foi um ano bom para a FC Projetos”.
Os diretores contam que, assim que a pandemia se instaurou, a FC Projetos já estava preparada para migrar o trabalho para o “home office”. Toda a equipe de projetistas já trabalhava com arquivos “em nuvem”, ou seja, hospedados em plataformas online. A equipe também carregava consigo backups de todos os trabalhos.
O atendimento em obras permanece sendo feito de forma presencial – com a adoção de todos os cuidados necessários para garantir a segurança dos profissionais.
“A pandemia nos ensinou a trabalhar de um jeito um pouco diferente, mas não houve nenhum impacto na produção nem na qualidade do trabalho prestado”, garante Carbone.
Nem sempre o projeto é valorizado como deveria
Finelli conta que há uma cultura antiga e persistente de desvalorização do projeto de fundações e de contenções. “Muitas construtoras investem muito mais nos serviços de estética, naquilo que vai ficar aparente na obra”, diz o diretor. “Como o nosso trabalho fica ‘enterrado’, há uma dificuldade entre as contratantes de entenderem os valores cobrados pelo projeto de fundações”. (Foto: FC Projetos/Divulgação)
De acordo com os diretores, esses serviços precisam ser bem remunerados de forma justa por dois motivos. O primeiro é que o projeto de fundações e de contenções garante a integridade e a segurança do empreendimento. Não pode, por conta disso, ser contratado considerando apenas o preço.
O segundo motivo é que o valor pago por esses projetos também retorna à empresa como investimento. “Procuramos valorizar o nosso trabalho para que também possamos aprimorar os serviços que oferecemos, investindo no conhecimento técnico da nossa equipe e na aquisição de softwares importantes para a nossa especialidade, por exemplo”, conta Carbone.
“A FC Projetos, inclusive, segue as recomendações da ABEG na hora de precificar os honorários”, revela o diretor. “E compartilhamentos integralmente com a ideia de que é necessária uma maior valorização da nossa área”.
Diferenciais da FC Projetos
Um grande diferencial da empresa, de acordo com os diretores, é a capacidade de prestar um atendimento rápido e eficiente de acordo com o perfil de cada contratante. “A empresa busca ser flexível para atender às necessidades e às exigências de cada cliente, tanto durante a consultoria como na definição das soluções”, declara Carbone.
Ele acredita que um bom projetista precisa apresentar uma gama maior de soluções para que o cliente possa definir qual delas é a melhor para a sua obra. “É comum indicarmos mais de uma solução técnica possível para cada demanda, considerando a complexidade e também outros aspectos, como a oferta de executores, os prazos indicados pelo cliente, dentre outros”, afirma.
Outro grande diferencial da empresa é a modelagem em 3D dos seus projetos. Em função da necessidade e exigência de alguns clientes, os diretores investiram em cursos e tecnologia, para deixar a sua equipe de projetos preparada para estes trabalhos.
Os diretores
Alexandre Carbone é engenheiro civil há 25 anos. Teve seu primeiro contato com a geotecnia durante as obras de duplicação da Rodovia dos Imigrantes, quando executou as fundações dos viadutos. A partir disso, passou a atuar cada vez mais na área geotécnica. Começou a projetar e a prestar consultoria de fundações por vários anos até que, em 2016, fundou a FC Projetos com o engenheiro Luciano Finelli. Carbone também é professor no curso de Engenharia Civil da UNIP, onde dá aulas sobre mecânica dos solos, fundações profundas, obras de terra, pontes e grandes estruturas.
Luciano Finelli, engenheiro civil há 26 anos, teve contato com a geotecnia durante a graduação em engenharia civil, época em que foi estagiário em outras empresas especialistas em projetos geotécnicos e ensaios laboratoriais. Ao se graduar, foi convidado a trabalhar na empresa de seu professor de fundações. E lá atuou por quase 20 anos, antes de fundar a FC Projetos ao lado de Carbone.
(Imagem: flukyfluky/iStock.com)
As colocações dos representantes das empresas associadas à ABEG são pessoais e não refletem necessariamente a opinião da entidade ou dos dos demais associados.