A norma é de 1996, tendo sua última revisão em 2010. Desde o final de 2016, o engenheiro Frederico Falconi coordena uma nova revisão, já em fase final. “A atualização da norma é fundamental para que os novos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo e as inovações tecnológicas sejam incorporados a ela”, explica o coordenador da revisão. Leia a íntegra do artigo assinado por Frederico Falconi.
“O diferencial desta revisão é a grande participação da comunidade geotécnica. Em cada reunião havia cerca de 50 participantes, profissionais renomados que ajudam a colocar no papel os avanços tecnológicos e os novos conhecimentos, além de corrigir textos de difícil interpretação ou de interpretação duvidosa, anseios do mercado como um todo. Graças a esta participação efetiva, a Norma de Fundações tem agora alterações significativas. Ficou mais fácil de consultar e de entender, mais simples e objetiva.
Cito aqui algumas das principais alterações.
• Com a melhor definição por parte dos engenheiros estruturais das cargas envolvidas nas estruturas, aprimorou-se a forma de verificação das ações do vento e de outros fatores, das cargas permanentes e acidentais, além de separar tipos de estrutura.
• Corrigiu-se o dimensionamento do atrito negativo.
• Os critérios de cálculo da capacidade de estaca escavada e estaca hélice contínua foram revistos e redefinidos.
• Ainda sobre estacas, os critérios para a limpeza da ponta de estaca escavada também foram alterados. Em relação à estaca hélice contínua, discutiu-se e definiu-se melhor a sua execução, principalmente no que diz respeito à concretagem.
• A especificação do concreto utilizado nas fundações também foi revisada, tornando-se mais apurada e mais crítica. Agora tudo é definido a partir das classes do concreto.
• Novas técnicas e novas soluções agora fazem parte da Norma de Fundações.
• Pensou-se em uma forma de fazer com que os avanços tecnológicos não esbarrem na norma. Assim, incluiu-se item específico para novas estacas. Novos tipos de estacas que surgirem, poderão ser utilizados observados os critérios estabelecidos pela NBR 6122.
• Por fim, e não menos importante, todas as notações, simbologias e definições foram compatibilizadas com as normas pertinentes de estrutura e de concreto.
Próximos passos
A revisão já foi concluída. Faltam pequenos ajustes e detalhes, apenas. Depois disto, a Norma será encaminhada à ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – e, de lá, levada à consulta pública. Se aprovada, a Norma é publicada e passa a vigorar. Este trâmite, no entanto, não tem prazo para acontecer.
A atualização da norma é fundamental para que os novos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo e as inovações tecnológicas sejam incorporados a ela. Acredito que a revisão tenha impacto positivo no mercado da engenharia de fundações. Tenho certeza de que a receptividade será grande.
Até breve."
Frederico Falconi
Coordenador da revisão da ABNT – NBR 6122